“Se me
amais, guardareis os meus mandamentos. Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro
Consolador, para que esteja convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o
mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Mas o conheceis, pois
habita convosco, e estará em vós”. S.João 14:15-17
E ao chegar de
manhã para trocar de turno com minha esposa ainda sem saber do ocorrido passei
na lanchonete do hospital para tomar o café da manhã e me deparei com uma
situação onde se encontrava a mãe daquela garotinha, sendo consolada por
parentes e amigos, que diziam a ela: (olha, não fique triste, pois o Senhor
sabe o que faz, e se Ele preferiu assim é porque queria que a sua criança fosse
estar com Ele agora). Então eu logo deduzi que o pior havia acontecido. E
aquela mãe respondeu dizendo: (Eu sei disso! E agora estou com o meu coração
mais tranqüilo. Sabe? É porque eu conheço uma pessoa, que é muito amiga do
Padre Marcelo Rossi. E ele soube o que estava acontecendo com a minha filha e
pessoalmente rezou muito por ela. E agora eu acredito que mesmo Deus não
salvando a minha filha, ela esta em paz com Ele agora!).E baseado na promessa
que o próprio Senhor Jesus nos revela no capítulo 14 de S.João, eu já havia
experimentado outras situações sobrenaturais com Deus, mas dessa vez era muito
diferente, pois a adversidade agora era comigo. Nesse momento percebi que era
um privilegiado por ter escolhido dar a minha vida a Jesus, que morreu por mim
e por você levando todos os nossos pecados, todas nossas dores e enfermidades e
ressuscitou ao terceiro dia para nos dar a vida eterna, nos fez também uma
promessa que voltaria um dia para nos buscar e que antes disso não nos deixaria
órfão e nos enviaria o Consolador. E por isso eu sabia que Ele (o Senhor Jesus)
é um Salvador individual, onde Ele mesmo deseja ter um relacionamento intimo
conosco.
“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a
minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo”.
Apocalipse 3.20
A porta há qual o Senhor bate e quer entrar, é o nosso
coração, pois o que o Senhor Jesus quer fazer conosco, é habitar dentro de nós
mesmos. Por isso, não quero que ninguém se ofenda ou se escandalize com o que
eu vou contar nessa minha experiência com Deus, não foi eu quem falou essas
coisas, mas sim o próprio Espírito Santo do Senhor, que naquele momento de
angustia começou a falar ao meu coração de uma forma sobrenatural trazendo a
sua voz aos meus ouvidos dizendo: (está ouvindo Sandro, está vendo essa situação,
aquela mãe chora o luto da sua criança... Mas ela não me conhece! Só me conhece
de ouvir falar... Mas você Sandro! Você me conhece... Me conhece, de comigo
andar! O que Eu quero é mudar a vida dela... Mas, por terem endurecido os seus
corações não podem me ouvir. Clamam a mim como se eu fosse um Deus distante. E você
sabe que eu sou um Deus presente e real! Porque Eu sou o seu Deus e você tem
sido o meu filho, e fique sabendo, que o Rafael a mim pertence! Agora você entende
por que é necessário que se pregue a minha palavra a toda criatura? Pois quem
crer será salvo e quem não crer já esta condenado). Nesse exato momento comecei
a chorar e pedir perdão a Deus, porque eu me sentia culpado por esta passando
por tudo aquilo, mas o que o Senhor queria me mostrar é que Ele estava no
controle, e a vida do meu filho não dependia de mim como a daquela garotinha
também não dependia de sua mãe. Foi aí que eu entendi que não poderia para de
fazer obra de Deus, muito menos para de louvar a Ele. O que estava acontecendo
com o meu filho não poderia abater a minha fé Nele. Então eu compreendi que Deus
realmente tinha um trabalhar na minha vida e na do meu filho, eu só não sabia o
que era e nem a finalidade disso tudo, mas não importava o que ocorreria daqui
para frente, porque o Senhor queria um posicionamento meu ao seu respeito,
posicionamento esse que me levou a tomar uma decisão, mas antes de dizer qual
foi gostaria de explicar que não estou aqui dizendo que a pessoa do Padre
Marcelo Rossi não pode orar por alguém e Deus operar. Aquela mãe poderia falar
que era o meu Pastor, por exemplo, que se chama Pr. José Elias, que nessa
altura também orava muito a Deus por um livramento a respeito do meu filho,
como centenas de outras pessoas pelo mundo que eu também vou contar mais pra
frente. O que Deus queria me mostrar, era que Ele quer que a nossa fé fosse
tamanha, ao ponto, de perceber que não precisamos se direcionar a Ele na
terceira pessoa, pois ele é um Deus pessoal e também quer é habitar dentro de
nós, e se relacionar conosco, e que aquela mãe infelizmente não o conhecia
verdadeiramente, porque se o conhecesse, também saberia que se pode andar com o
Senhor, logo pode falar com Ele.
“Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para
que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir”.
Isaías 59.1
Então, depois de ter ouvido a voz do Senhor, tomei uma
decisão... Quando eu subi ao quarto de UTI para trocar de turno com a minha
esposa disse a ela tudo o que me ocorreu comigo lá embaixo, e disse a ela que
Deus queria de nós um posicionamento. Daí, nós fizemos um voto com Deus dizendo
que não importava o desfecho dessa situação, e que acreditaríamos que Deus era
capaz de salvar e curar o a vida de nosso filho, mas que isso não dependia, e
aconteça o que acontecer, nós iríamos enxugar as nossas lágrimas e Louvar ao
Senhor em qualquer situação. E foi aí que mesmo com toda as adversidades que
havíamos de enfrentar continuamos a servir a Deus mesmo naquele Hospital o indo
a Igreja, em todos os cultos possíveis, principalmente nos cultos de orações
que eram as terças-feiras. Sempre revezando com minha esposa, continuávamos
indo a igreja e pedindo a todos que não parassem de pedir a Deus por um milagre.
Mas às vezes era tão difícil de sustentar a nossa Fé, porque a cada dia que se
passava o Rafael não respondia a nenhum tratamento e sabíamos que nessa altura
quanto mais passava o tempo a chances dele melhorar diminuíam, pois tudo
caminhava pra algo ainda mais difícil. Mesmo assim, nos posicionávamos a dizer
que estávamos bem! E embora a situação sempre foi de incerteza, nunca deixamos
de confessar a nossa Fé em Deus, e que Ele era capaz de reverter essa situação,
a qualquer momento.
Depois de
três dias na UTI o Rafael recebeu novamente uma certa quantidade de ALBUMINA e
desceu para o quarto, além de ter feito três pulso-terapia, só que dessa vez
sem espaçar um dia, ele ficou mais uns três dias no quarto e voltou para casa,
ainda com PROTEINÚRIA, e nada de negativar, já que ele continuava não
respondendo ao tratamento. O fato de o Rafael voltar para casa mesmo não
estando negativo, era porque a chances dele pegar uma infecção no hospital eram
grandes, pois um nefrótico sempre terá uma imunidade muito baixa. Passaram-se
novamente mais uns cinco dias em casa e voltamos a interná-lo pela terceira vez
consecutiva, porém dessa vez a Dra. Malú já estava nos preparando para o pior
onde nos revelou as subdivisões da SÍNDROME NEFRÓTICA (DLM, que nessa altura já
estava descartada, então ele não fazia mais parte daqueles 90 % e sim de outros
10 % onde 7 % estão entre GNM e GNMP e somente 3 % GESF, e ela então me disse
haver duas possibilidades de tratamentos por imunossupressores, Ciclosfosfamida
(CFF) ou Ciclosporina (CsA). A CFF fazia muito mal aos pacientes de uso
prolongado por causa de seus efeitos colaterais, e reagia parecido com uma
quimioterapia, fazendo cair os cabelos. A CsA tinha quase os mesmo efeitos colaterais,
mas ao contrario, fazia crescer os pelo do corpo. E antes mesmo de saber o
resultado comecei a estuda sobre essas duas drogas e descobri também que havia
um estudo sobre anti-hipertensivos que ajudava na diminuição da PROTEINÚRIA e
mudamos essas medicações para LOSARTAN associada a AMLODIPINA, após a biópsia
eu já estava tão preparado que quando a Dr. Maria Cristina foi nos falar o
resultado, assim como ele eu já sabia que era GESF, pois quando perguntei a
ela, me respondeu: (É pai, é isso mesmo! A biópsia revelou ser GESF), e quando
ela começou a falar de dois possíveis tratamentos, eu também já tinha uma opinião
formada a respeito de qual droga seria mais apropriada, a melhor escolha para o
meu filho parecia ser a CsA, e nisso concordamos, e quando contei a Dr. Malú qual
foi o resultado e que a Dra. Maria Cristina tinha começado a utilizar a CsA, ela
me disse que antes achava que era melhor a CFF, mas de umas duas semanas pra cá
também havia pensado que se o resultado da biopsia fosse GESF o melhor tratamento para o Rafael também seria com a CsA
associado a todas as drogas necessárias para controlar a Síndrome e também a
continuação de córticoides, pois mesmo ele sendo resistente a esse tratamento, agora
com a CsA poderia haver uma diminuição na PROTEINÚRIA, aumentando a chances de negativar.
Mesmo
sabendo agora que o resultado da biópsia nos revelou estar diante da pior
situação esperada dessa Síndrome, sabíamos também que até aqui nos ajudou o
Senhor e que quanto mais difícil se apresentava há maior situação poderia ser o
agir de Deus em nossas vidas e por isso tínhamos uma nova esperança, ainda no
hospital o Rafael tomou as duas primeiras doses de Ciclosporina onde o hospital
conseguiu achar essa droga na única farmácia no Brasil que tinha disponível
dois frascos, onde eu comprei um e o hospital o outro sendo que esse do
hospital ficou lá para ser aplicado nas futuras internações e o outro eu levei
para continuar o tratamento em casa. Depois disso fiz um cadastro no INSS com o
CPF do Rafael, e lhe deu o direito de adquirir essa droga através do Governo
Federal, onde tive toda instrução através do 0800 do Ministério da Saúde em
Brasília, pois esse medicamento é principalmente usado em transplantados de
RIM, e por esse motivo é controlado pelo Governo Federal embora a distribuição
pode ser feita pelo Governo Estadual ou Municipal. Descobri que essa droga além
de ser muito cara, dava somente para um mês, porque depois de aberta tinha uma
validade para consumir, ela era fabricada pela Bayer na Alemanha porem ao final
de um ano, o Governo Federal conseguiu quebrar a patente, e começou a produzir
através de um laboratório aqui no Brasil como genérico e reduziu o custo do
medicamento a 10 vezes o valor do original. Hoje em dia eu não sei se continua
sendo controlado pelo Governo Federal.
O uso continuo da ciclosporina, isso não impediu que o Rafael
continuasse voltando diversas vezes ao hospital e tomando um monte de ALBUMINA
para poder voltar para casa, até porque agora pelo fato de estar
imunossupremido ele estava cada vez mais com a resistência baixa, e só para
entender no caso do Rafael a Síndrome não foi causada por qualquer outro fator externo,
que é muito comum, mas sim pelo seu próprio organismo. Sendo assim, a tentativa
que tínhamos de negativar era imunossupremindo o seu próprio organismo que não
parava de bombardear o seu próprio RIM, que associado a um monte de ALBUMINA
que continuava tomando toda vez que internava e, a essa altura, o seu RIM era
como se fosse uma rede de peneira toda arrebentada, onde mesmo negativando um
dia, seria impossível parar de perder todas proteínas, e também as chances em
recidivas freqüentes eram grandes nesses casos, pois algumas proteínas sempre
iriam passar e dificilmente a sua ALBUMINA conseguiria subir a um nível
considerado normal. Mesmo eu insistindo em continuar com esperanças, a medicina
me dizia que na melhor das hipóteses o meu filho ficaria dependente dessas
drogas, e associado a todos efeitos colaterais que eram muitos, fatalmente
sofreria um dano talvez ainda maior do que desenvolver uma Insuficiência Renal
Crônica. E a cada dia que passava os resultados dos exames e o seu quadro
clínico mostravam que ele caminhava para Insuficiência Renal e eu cheguei até
em procurar por esses equipamentos portáteis de fazer diálise em casa, pois
transplante para ele estava fora de cogitação, já que o seu próprio organismo
era quem combatia o próprio RIM, então se pudéssemos trocar o seu RIM por de
uma outra pessoal seria ainda pior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário