domingo, 1 de abril de 2012

O dia da Adversidade

"No dia da prosperidade regozija-te, mas no dia da adversidade considera; porque Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele". Eclesiastes 7:14.

Sabe, mesmo depois de todas as alegrias e vitórias que o Senhor concedeu em minha vida (baseado nesse texto) eu sempre tive a certeza, que o dia da adversidade virá, e por isso, eu peço a Deus que ele me fortaleça nesse dia, me revestindo com a sua armadura que é a minha Fé em Cristo.

Em agosto de 2005 nasceu o meu filho Rafael,  com seus 3,220 Kg deu o maior trabalho para Dr. Kátia que ficou quase sete horas fazendo o parto, pois minha esposa é de estatura pequena, mas muito corajosa. Eu me lembro bem desse momento, quando a Dr. Kátia me chamou dizendo: (Corre Sandro, venha até aqui para ver o seu filho nascer, olhe e veja, como ele é forte,  a Priscila merece os meus parabéns, disse ela, pois ter a coragem de dar a luz a um pelo método do parto normal, isso é para poucas mulheres). O Rafael sempre demonstrou ser uma criança saudável e muito ativa, desde que ele nasceu fazíamos por rotina a consulta ao pediatra, o Dr. Luiz do Agusto Val que nada tinha a dizer do Rafael até ao seus 18 meses de idade, e foi quando ele tinha essa idade que um dia nos ligaram do consultório nos dizendo que o Dr. Luiz, havia ficado doente, e teria se afastado do consultório por um tempo, mas que a sua esposa, que também era pediatra poderia estar atendendo os seus pacientes até que ele possa voltar a suas atividades, porém tínhamos acabado de passar em consulta com um Alergista, recomendado pelo próprio Dr. Luiz, que nos pediu uns exames, como ainda não tinhamos feitos esses exames e já era tempo de retornar ao pediatra, marcamos então a consulta com sua esposa, a Dra. Maria Luiza do Val.

Nessa época o Rafael já tinha completado um ano e sete meses de idade, e foi quando ao acordar, notamos que ele estava com o rosto um pouco inchado, e também era evidente que a suas pálpebras também estavam, parecia muito com uma espécie de reação alérgica que logo passaria, provavelmente por causa de algum inseto que o picou, ou por algum problema respiratório, por esse motivo é que o Dr. Luiz havia pedido que levassemos ao Alergista. E como passado um mês e o quadro clínico dele não melhorou, chegando ao consultório minha esposa mencionou a Dr. Maria Luiza do Val o que tinha ocorrido da última consulta até esse dia e que achava que se fosse uma alergia, ela provavelmente haveria piorado, porém para honra e glória do Senhor, nesse momento mesmo sem eu e minha esposa saber já havia um mover de Deus na vida do Rafael, pois a Dr. Maria Luiza do Val é Pediatra Nefrologista. E ao examinar o meu filho notou logo alguma anomalia na sua aparência, e tocando o seu abdômen que estava muito elevado, suspeitou de algo a respeito de sua especialização, e para não assustar a minha esposa ela não revelou o que era, mas disse ser Médica Nefrologista e que o Rafael poderia ter alguma coisa além de uma simples alergia, e para tirar a dúvida pediu para incluir nos pedidos de exames do Alergista alguns outros exames, necessários para diagnosticar sim ou não o que havia suspeitado. Eu fiquei sabendo através de minha esposa, todas essas novidades, porém como a Doutora havia dito para não se preocupar e aguardar o resultado desses exames, eu logo não me preocupei e aguardei até o dia de retirar os resultados dos exames, me lembro que era dia de sábado quando pegarmos os resultados dos exames no laboratório. E ao ler o resultado dos exames, notamos que havia algumas alterações em alguns testes de urina e sangue, mas como o retorno com a nefrologista já era na proxíma segunda-feira, preferimos aguardar para saber do que se tratava.

"Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes". Efésios 6:13. 

Surpreendentemente no domingo dia 11 de março de 2007 o meu filho amanheceu muito inchado, e quase não falava, parecia que a alergia tinha aumentado, além disso ele demonstrava um olhar de abatido. Logo me preocupei e disse que se até a tarde ele não melhorasse, não iríamos aguardar a consulta de retorno para saber o que poderia estar acontecendo com ele, e iríamos até o Hospital Pronto-Socorro Sabará, especialista em atendimento de crianças e levaríamos o resultados dos exames para,  que quem sabe? Eles achassem algo relacionado a essa alergia e o medicassem, resolvendo assim o problema. Só que para nossa surpresa ao chegamos a noite na triagem do hospital rapidamente providenciaram o atendimento e quando um dos clínicos de plantão  nos perguntou a respeito de quem havia pedido aqueles exames e explicamos que embora havia sido preenchido em nome do pediatra do meu filho, quem acrescentou algo fora a sua esposa dele que era nefrologista de crianças, imediatamente lendo os exames do Rafael o médico começou a o apalpar varias vezes no seu abdômen, que para o nosso susto estava enorme, e pediu para aguardarmos, pois ele havia solicitado a uma outra médica de plantão que por coincidência era Nefrologista para examinar o Rafael, e quando essa médica terminou de examinar o meu filho nos disse (pais podem se sentar e não fiquem assustados, mas a suspeita que a Pediatra Dr. Maria Luiza do Val teve se concretizou hoje, o que o seu filho tem não é uma alergia, mas sim uma Síndrome, conhecida como Síndrome Nefrótica, algo que não tem cura, pois não é uma doença, mas sim, um conjunto de doenças que quase sempre é causado por algum outro motivo ou até mesmo uma outra doença específica causadora de uma grande infecção, por exemplo, um Câncer, ou Aids, que são pequenas hipóteses, o mais comum nesse caso é uma infecção mal curada que tratando a base de Corticóides é controlada e pode até que ele volte ao estado normal rapidamente), mas vou logo adiantando que o Rafael não volta hoje para casa, pois será necessário que ele passe por um monte de exames e monitoramento como da PA, controle do cálcio, potássio, etc. Isso tudo até amanhã quando virá a Doutora Maria Cristina a nefrologista chefe do hospital que também avaliará o seu filho e determinar com urgência uma dieta alimentar e iniciar o tratamento clínico, aconselho a se prepararem e a conhecer bem o hospital, pois o normal é serem hospede daqui para frente! Nesse momento sem palavras olhei para a minha esposa que começou a derramar lágrimas e olhando bem no seu rosto observei um olhar de frustração misturado com uma angustia nunca antes visto nela, então eu não me contive e comecei a chorar e a clamar a Deus dizendo que não! Senhor me ajuda a esclarecer essas coisas e me diz que essa médica está equivocada? Pois, que estória é essa? Que tal de Síndrome Nefrótica é essa? Que não tem cura e sim tratamento? A médica plantonista percebeu o nosso desespero e logo nos amparou dizendo, calma é muito cedo para saber o que vai acontecer, existem muitos graus e etapas a serem conhecidas ainda, não se preocupe, pois a maiorias das crianças se trata de uma DLM (Doenças de Lesões Mínimas) e se for isso hoje é totalmente controlável clinicamente, ou seja, vocês poderão continuar o tratamento com a Nefrologista Dra. Maria Luiza do Val somente na clínica e só vindo no hospital no caso dele voltar a ficar (desconpensado), que é o que está acontecendo com o seu filho agora, vocês vão ver amanhã cedo a Dr. Maria Cristina vai iniciar o tratamento e logo vocês verão o resultado, nessa altura eu pressentia que ela só queria nos consolar, meio desnorteado liguei para o meu amigo Luciano que nessa exata hora ainda estava no culto de domingo à noite em nossa igreja e sem conseguir falar direito tomado pela emoção de não saber com o que eu estava lidando pedi a ele que se fosse possível que viesse até o hospital para conversarmos, pois eu a Priscila estávamos muito abatidos por ter recebido uma noticia que o meu filho tinha uma síndrome que não havia cura, porém tratamento.

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